Hoje estamos felizes...e queremos dividir com vocês, nossos amigos do Blog!
Cores de Outono, livro de Alecrim (Keila Gon) já está na página da Editora Novo Século.
E mês que vem estará disponível nas lojas também.
Vou deixar um trecho de uma parte do começo do livro para vocês sentirem o gostinho da história e toda semana deixarei um trecho novo.
“Contemplei as nuvens de mais um dia chuvoso e resolvi sair antes do aguaceiro. Interrompi a aula de moda com pesar e durante nossa despedia percebi minha amiga ficar séria. Rose olhou apreensiva por cima dos meus ombros e seu sorriso sincero sumiu. Ela ajeitou os óculos de forma nervosa e sem aviso tomou os documentos de minha mão, devolvendo-os à mesa. Ainda sorrindo pelo teor despreocupado da conversa girei a cabeça procurando na porta o motivo de sua agitação... e ele estava vindo. Antes que percebesse, meus olhos ficaram presos na figura fascinante.
O homem alto de ombros largos usava um combinado preto, simples e perfeito. Seu físico atraente se movia na roupa justa enquanto ele caminhava ao meu encontro como um felino, elegante e sedutor. Seu rosto possuía traços fortes, bonitos, mas sérios e de certa forma ele parecia triste. As sobrancelhas grossas emolduravam olhos penetrantes e o nariz reto, bem definido, completava lábios assimétricos. Seu cabelo liso, um pouco comprido, caía em mechas na testa fazendo o contraste de preto e branco. E essa aparência irreverente conferia-lhe um charme enigmático... irresistível. A imagem merecia um suspiro, se eu estivesse respirando.
Congelei para contemplar a perfeição e quando encontrei seus olhos turquesa, me perdi. Não consegui desviar. Era como estar hipnotizada, dominada por uma força maior. Com movimentos elegantes ele parou a um metro de distância, ainda encarando. Não sei dizer quanto tempo ficamos assim, conectados, presos em uma bolha particular.
Ele só desviou o olhar quando Rose chamou seu nome.
- Bom dia, senhor Dippel.
Olhei para o chão e puxei o ar com um pouco mais de força que o necessário. Era uma sensação de alívio respirar novamente. Então... “ele” era o tal Dippel. E finalmente consegui ver seu rosto. E que rosto!
Ele deu um passo para o lado, parando de frente para a mesa de Rose.
- Meus documentos estão prontos? - rugiu com a voz autoritária.
O timbre grave retumbou na acústica da sala com um sotaque perceptível mais indefinido. O eco de sua voz ricocheteou nas paredes tomando meus ouvidos com uma melodia vibratória... envolvente, sedutora... inconfundível. Eu ainda olhava para o chão, procurando respirar normalmente e fiquei estranhamente tonta. Mas... o que era isso?
- Sim senhor. Ah... Melissa? Você se importa em esperar? Vou apenas pegar um documento no arquivo e já volto - a voz de Rose soou apreensiva.
A princípio não entendi, mas lembrando-me de sua reação, concluí que ela estava me pedindo para ficar. Virei lentamente para ler seu rosto, duvidando do meu equilíbrio e Rose ajeitou os óculos nervosamente... Ela não estava pedindo, estava implorando.
- Claro... - minha voz saiu baixa, estava concentrada em minha respiração para não dar vexame. - Eu aguardo - o que entrelinhas significava: “Pode ir que não vou deixá-la sozinha”.
Rose esticou um longo olhar agradecido e desapareceu por um corredor no fundo da sala. Não consegui olhar para o lado, sentia-me constrangida por ter encarado um estranho e lentamente comecei a recolher meus papéis. Tentava ajeitá-los em uma pilha quando outra brisa soprou pela janela, esta foi forte o suficiente para levantar meus cabelos e algumas folhas voaram para o chão. Agachei-me para apanhá-las e por um breve momento fiquei ainda mais envergonhada. Mas depois um calor incômodo tomou minha garganta e imaginei onde estava a gentileza desse homem... Vendo-me ali, no chão, não mexeu um músculo para ajudar. E percebendo a figura com minha visão periférica, podia assegurar que ele tinha músculos de sobra para isso.
Mas o que se podia esperar de alguém que não dava informações, era ríspido com a família e pior, não se importava em passar com o carro por cima dos outros? Levantei rapidamente, irritada por sua falta de educação espontânea, e uma tontura escureceu minha visão. Balancei e por reflexo fechei os olhos para recuperar o equilíbrio. Uma mão firme segurou meu braço apoiando-me no lugar, o aperto firme acompanhou uma onda de perfume muito singular que invadiu meus pulmões... Amadeirado com um leve toque cítrico. Esse perfume fez minha cabeça girar, afetando-me de uma forma incompreensível.
- Você está bem? - perguntou uma voz suave.
Estava tonta e forcei meu cérebro a raciocinar. A voz repetiu a pergunta e desta vez reconheci o timbre doce e amigável de Rose. Abri meus olhos e vi minha amiga se mover de forma preocupada à minha frente. Sua voz, antes suave, repetiu a pergunta pela terceira vez de forma aflita. Assisti a agonia tomar seu rosto e, com algum esforço, tentei esquecer o prazer daquele perfume.
E por aí vai gente...
Semana que vem coloco mais um pouco desta história e deste homem misterioso que está no destino de Melissa.
Dois anos escrevendo e pesquisando...
Nasce uma história onde os personagens parecem reais...e quando você termina de ler, parece que conhece aquelas pessoas (personagens) de verdade...muito estranho!
Parabéns Alecrim...minha irmã!
Hoje está na página da editora e em alguns dias estará em nossas mãos!
http://www.novoseculo.com.br
E aqui na casa de CamomilaRosa também acontecem coisas! Ventos sopram no Oeste e na próxima postagem trago novidades!!!
Comprei algumas peças em MDF na minha visita a Pedreira -SP.
E já comecei a pintar...
Não sou uma super artista com as tintas, mas vou tentar fazer alguma coisa legal com essas peças...
Uma vai ser um espelho e a outra em forma de maçãs são aqueles protetores de panela (não sei o nome). Minha filha está pintando as maçãs, hehe!
Beijos gentem...ótimo final de semana e obrigada pelos comentários carinhosos que a gente recebe...vale muito!
Muitas Nutellas com perfume de sândalo para todos!
CamomilaRosa